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O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (25) a revogação do decreto presidencial que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão, que teve votação simbólica no Senado após passar pela Câmara dos Deputados, restaura as taxas anteriores do imposto sobre operações como câmbio, uso de cartões no exterior e concessão de crédito para empresas. A medida passa a valer sem necessidade de sanção presidencial.

O que muda com a revogação do IOF

Com a anulação do decreto, perdem validade as novas alíquotas que haviam sido aplicadas desde 22 de maio e ajustadas em 11 de junho. Na prática, volta a vigorar o modelo anterior de cobrança do IOF. No entanto, especialistas apontam que plataformas financeiras ainda precisarão de um tempo para atualizar seus sistemas de cobrança automática do imposto.

Confira abaixo a comparação entre as alíquotas que estavam em vigor com o decreto e as que passam a valer novamente:

Tipo de operaçãoCom o decretoApós revogação
Cartões no exterior (crédito, débito, pré-pagos)3,5%3,38%
Transferência internacional (despesas pessoais)3,5%1,1%
Transferência internacional (investimentos)1,1%1,1%
Compra de moeda estrangeira em espécie3,5%1,1%
Empréstimos de curto prazo (até 364 dias)3,5%Isento
Remessa de recursos ao exterior (fundos nacionais)IsentoIsento
Crédito para empresas (PJ)0,38% + 0,0082% ao dia0,38% + 0,0041% ao dia
Crédito para empresas do Simples Nacional0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Crédito para MEIs0,38% + 0,00274% ao dia (1,38% ao ano)0,38% + 0,00137% ao dia (0,88% ao ano)
Operações de risco sacado0,0082% ao diaIsento
Aportes em VGBL e similares (2025)5% sobre o valor excedente a R$ 300 milIsento
Aportes em VGBL e similares (2026)5% sobre o valor excedente a R$ 600 milIsento

Impacto fiscal do IOF

A revogação do decreto representa um revés para a equipe econômica, que previa uma arrecadação extra de R$ 10 bilhões com as novas alíquotas do IOF. A intenção do governo era fortalecer o caixa em 2025 sem recorrer a cortes em áreas sensíveis como educação, saúde e programas sociais, incluindo o Bolsa Família.

A tramitação rápida da proposta, inclusive com apoio de parlamentares aliados do Executivo, evidenciou tensões entre o Congresso e o governo federal. Deputados e senadores têm manifestado insatisfação com atrasos na liberação de emendas parlamentares e com declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A relação se desgastou ainda mais após a derrubada de vetos presidenciais relacionados à conta de energia elétrica, interpretada por congressistas como uma tentativa de desgaste do Legislativo.

O que pode acontecer a seguir

Embora o decreto do IOF tenha sido derrubado, outras medidas de aumento de arrecadação ainda estão em discussão. A Medida Provisória 1303, por exemplo, propõe mudanças na tributação de investimentos, como o fim da isenção para aplicações em LCI, LCA e debêntures incentivadas. Essa proposta ainda está em análise no Congresso e pode ser alterada ou rejeitada.

O ministro Fernando Haddad afirmou, que o governo estuda três possíveis caminhos após a decisão do Congresso: contestar judicialmente a revogação do decreto, reforçar o contingenciamento de verbas públicas, ou buscar uma nova forma de arrecadação — como a taxação de dividendos.


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